sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Largando a morta

ninguém poderia morrer sem:

1. ler machado de assis.
2. ver "perfume - a história de um assassino".
3. escutar o teatro mágico.

simples assim.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Cons [tata/tela] ção

Ah, a minha primeira paixão...

“Eu só posso amar ela de verdade!”, eu dizia para mim mesmo...

Estava deitado no banco de trás do carro, olhando para as estrelas e só o que eu conseguia pensar era nela. Como um idiota, ligava as estrelas tentando formar desenhos e tentava usar a minha criatividade para reconhecer a forma de animais em meio às nuvens.

Deitado, olhando para as estrelas e pensando em uma pessoa em especial?

“Estou apaixonado”, constatava.

Nunca mais me esquecerei daquela menina. Nunca mais. Morena, cabelos lisos e curtos, uma voz de criança... Faz tanto tempo, mas eu consigo recordar cada detalhe com uma precisão incrível. Chega a assustar. É como dizem, “o primeiro amor a gente não esquece”. Amor, paixão, enfim. Ela foi a minha primeira.

Estávamos na creche. É, creche. Não sei bem se era maternal, Jardim A, Jardim B, não lembro. A minha memória (nada boa) se tratou de apagar as subdivisões estudantis que precederam o colégio. Independente do ano, éramos crianças. Criancinhas. Bebês? É, talvez.

O nome dela era tão bonito: Natasha. Nome forte, nome imponente, nome inesquecível na vida deste que vos escreve.

Lembro que eu dizia para todos os meninos o quanto eu gostava dela. Dizia que amava a menina. Dizia que queria namorar com ela.
Namorar, imagina. Eu e a Natasha não daríamos certo.É o que chamam hoje de “incompatibilidade de gênios”, ou coisa que o valha.
Sei disso pois o nosso único contato foi mais ou menos assim, perto do bebedouro após um recreio de muita correria e risadas:

- Oi cara de boi! – disse eu, decididamente tentando conquistar aquela que amava.
Eu já era um grande galanteador nessa época, pódizer. Quanta malícia, quanto charme, quanta sedução! “Cara de boi”, perfeito! Ela não poderia resistir, ah não.

Meio sem jeito, Natasha respondeu:
- Tchau cara de pau!

Mas ela tinha um tom sério, fechado. Não havia entrado na brincadeira que eu tentara propor. “As meninas estão alguns anos na frente dos meninos no que diz respeito à mentalidade”, o pessoal comenta. Vai ver é verdade. Ela já não caía mais nessa cantada, tão batida para a época.

O fato verdadeiro e imutável é que eu a amava.
Era uma época distante, na qual os meus olhos conseguiam enxergar com a mesma precisão o quadro-negro na sala de aula e as estrelas no céu.

Engraçado.

A nossa ligação ficava delimitada por aquele quadro-negro durante o dia (deveríamos sentar no mesmo grupo, colar feijões em uma folha juntos e pronto) e se expandia à lugares e momentos inenarráveis, inalcançáveis e deveras incríveis durante a noite, quando as letras da professora (da “tia”, vai) davam lugar às estrelas no céu e às suas inúmeras combinações possíveis e imagináveis.

Época boa.

A grande verdade é que nunca mais falei com a Natasha. Nunca mais olhei para as estrelas pensando nela, nunca mais. Acabou a creche, acabaram as atividades que envolviam cola e feijão ao mesmo tempo, acabou a Natasha, vieram outras e os meus olhos, outrora perfeitos, passaram a enxergar menos.

Hoje, caro leitor, não consigo mais ver o quadro-negro sem a ajuda de óculos como fazia nos tempos da creche, mas, por alguma razão que eu desconheço, os meus olhos míopes sem a ajuda de lentes ainda conseguem enxergar com precisão as estrelas tão distantes num céu muito mais negro do que o próprio quadro. Paradoxal.

Só queria dizer que hoje me peguei olhando para as estrelas novamente. Tudo era abstrato no céu. As estrelas e as nuvens pareciam que estavam dançando ritmos diferentes no mesmo salão, sem nunca formar nada que eu pudesse reconhecer. Até que Ela me veio à cabeça.
Ela que não é a menininha da história da creche, mas sim A Mulher que apareceu para mudar a minha vida para sempre.

E, com Ela na cabeça, o abstrato se tornou concreto.

Está constatado: Eu amo ela de verdade.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Love is in the Air

Fui ao banheiro.
É, fui ao banheiro. Estávamos almoçando, meu pai e eu, no shopping. Resolvi ir ao banheiro. Levantei-me e fui.
Coisa corriqueira, cotidiana, normal, 'ir ao banheiro'.
Ao entrar na cabine (é cabine ?), percebi que todas as paredes estavam riscadas. Riscadas não, escritas. Todas elas, sem exceção. Acharia normal, se não estivesse em um banheiro de shopping. Normalmente esses banheiros de shopping são tão bonitinhos, arrumadinhos e cheirosinhos. Não que este banheiro fosse diferente, sendo a minha cabine (é, deve ser cabine) a única que estava naquele estado. Mas é de se estranhar que, em meio há tanta limpeza e aromas do campo, se encontrasse paredes tão rabiscadas e feias como aquelas.
Decidi então, já que estava ali mesmo, começar a ler o que estava escrito naquelas paredes. É o que chamam de 'intervenção urbana', certo? O pessoal sai por aí riscando e pintando as grandes cidades, sempre deixando uma mensagem interessante. Coisa de século XXI. Me sentia um neo-cult, lendo aquelas paredes.
Imagine você, caro leitor, que entre "FORA FOGASSA!" - sim, com dois ésses - "LULA MENSALEIRO!", "IEDA LADRÃ!" (ladrã, inclusive, faz muito mais sentido, se tu for parar para analizar) e outras manifestações de cunho político - isso sem falar de todos aqueles desenhos de genitálias enormes, com telefones, endereços e preferências sexuais que, por algum motivo, estão sempre presentes em banheiros masculinos -, estavam os dizeres de um rapaz (considerando-se o fator local, era óbvio que se tratava de um rapaz).
Um rapaz que não aparentava tamanha revolta para com os seus governantes. Um rapaz diferente destes que nós vemos pelas ruas. Um rapaz que não se preocupa em sair por aí escrevendo 'MORENO ALTO PROCURA URSINHOS DO BOURBON PARA FAZER AMOR', não!
Estamos falando de um rapaz sensível. Um rapaz, acima de tudo, romântico.
TAINARA Y GREGORY
- o amor está no ar -
amor sincero e eterno
te amo Narinha!
Aí está!
Aí está ápice do romantismo!
Aí está o retrato perfeito de como um sentimento sincero pode levar um homem à cometer loucuras!
A mostra, gravada na parede, de como pulsam os corações joviais neste século!
A declaração do corajoso garoto Gregory que, sem temer represálias ou a segurança do shopping center e dotado de determinação e uma caneta pilot vermelha, se sentiu na obrigação de mostrar para o mundo - ou, pelo menos, para um seleto grupo de homens em um momento onde todos são iguais - o quanto é belo o amor que ele sente por sua adorada Tainara, a Narinha.
Ah leitor, aquilo tocou fundo no meu coração.
Em meio à esta loucura que é o dia-a-dia na cidade, com o país do jeito que está, ainda há abnegados jovens que não sentem vergonha alguma de expor os seus verdadeiros sentimentos em demonstrações públicas de afeto.
Bem aventurados aqueles que, como o Gregory, sentem-se livres e seguros para se abrir assim, sem medo de serem felizes.
Por um momento, me senti um legítimo coração-de-pedra por saber que não teria a capacidade de dar à minha amada uma demonstração de carinho à altura daquela que estava ali, à minha frente, logo acima da maçaneta da porta.
Fiquei parado, encarando os dizeres em vermelho que à esta altura já gozavam de minha total atenção enquanto parava para tentar estabelecer alguma relação entre aquele "o amor está no ar" e o local onde tais palavras estavam escritas.
Não consegui estabelecer relação alguma.
Vai ver eu não entendo mesmo o que é amar, ou demonstrar tal sentimento.
Vai ver eu tenho muito a aprender com o Gregory.
Vai ver não entendo nada sobre o que é ser romântico de fato.
Vai ver...
Vai ver nada!
Não gosto de ficar por baixo na situação...
Se eu não entendo nada, o Gregory entende menos!
A tal da Tainara - a menos que seja codinome de algum 'ursinho do bourbon' - NUNCA vai ler aquilo mesmo... (6)
Notinha: Atualizações diárias tá? Só de raiva. "Porque todo dia tem algo que merece ser escrito" ;)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Ídolos, clichês, modinha

Sabe cara, em meio à esses álbuns do orkut, eu me sinto meio sozinho.
Todo mundo agora resolveu fazer a mesma coisa e consegue lotar seus álbuns com isso...
Adoro quando aparecem essas modinhas no orkut, o pessoal todo, do nada, começa a fazer as memas mudanças no seu perfil. Eu não.

Será que eu sou tão diferente assim?

O fato é que eu não tenho ídolos.
Acho que nunca tive, sabe.
Essa coisa louca, de supostamente morrer de amores por uma pessoa que tu nunca viu cara-a-cara, de fato.

Ou viu, não importa.


Tipo aquelas fãs histéricas que lotam shows de boybands modinha, sabe?

("boybands modinha", nos dias de hoje, não são mais como Backstreet Boys, N'Sync... tá mais puxado pra Nx-Zero, Fresno, essas coisas aí)

Os caras que sabem de cor todas as letras daquela banda de metal que tem mais de 20 anos!
O malandro que conhece toda a trajetória do jogador aquele, daquele time, que fez sei eu quantos gols.
Os nerds malucos que viram e reviram todos os episódios daquele seriado megafamoso.
Ou ainda a guria que tem todos (eu disse todos) os recortes de jornal com notícias sobre o Daniel e vendeu o seu rádio para poder ir no Show do cara.

Não sei ser assim.

Vai ver o problema está comigo mesmo.
O pessoal todo tem seus ídolos, cria seus álbuns, escuta as suas músicas, vê os seus filmes, seriados, super feliz, praticamente um vício alternativo, essa coisa de ser fã, de fato.

Duvido muito que um dia tu vejas um álbum do meu orkut com o título "Ídolos", como o pessoal gostou de fazer agora. Eu não teria fotos para colocar ali. Não consigo ter tal admiração louca por ninguém em especial, nem que eu me esforce para pensar em alguma banda, cantor, jogador ou série de TV.

Por algum tempo me enganei com o Justin.

Amigo 1: Hey, eu gosto dos Beattles!
Amigo 2: Eu, eu gosto do Raul Seixas, o cara era meeestre!
Amigo 3: Bá, bom mesmo só Red Hot hein, os caras são f*da.
Marcelo: Justin cara, Justin é lindo!

Era uma saída para não me sentir sozinho nessas rodinhas de conversa de fãs, pelo menos.
Não que eu não goste do Justin, muito pelo contrário, de fato curto as músicas dele.
Mas o meu apreço pelo Sr. Timberlake está anos-luz de ser o que o pessoal parece sentir pelos seus ídolos.

Não choro em show, não baixo todas as músicas nem leio todas as notícias sobre ninguém. Esse conceito de ídolo está longe de ser algo que eu use na minha vida.

Sei lá, queria ter um ídolo mór sabe, ou alguma coisa com a qual eu me identificasse, verdadeiramente.
Tipo para quando os meus amigos vissem o cara (meu ídolo) na TV, imediatamente pensassem em mim: "Bá, será que o Marcelo tá vendo isso? Ele ia adorar!"

Falta eu me identificar com o dito cujo, conseguir mostrar pro mundo o quando eu realmente gosto do trabalho dele, sei eu.

Ou vai ver falta é alguém que realmente me chame a atenção para que eu chegue a tal ponto.
Ou ainda, quem sabe, é o meu conceito de ídolo esteja errado.

De um jeito ou de outro, ainda me sinto sozinho em meio à esses novos álbuns do orkut.
Na pior das hipóteses, não entro nessa coisa de modinha. :)
Se bem que é meio poser isso né? Fazer questão de dizer que não entra em modinhas...

Ah, deixemos os posers para o próximo post, por hora seguirei a minha busca à um ídolo.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Livro sem nome, Capítulo III, texto 1

[...]

"E, ainda que insegura e tímida, acabou se rendendo em dois beijos curtos, ali mesmo, naquele táxi. Eu, que nunca tivera experimentado tamanho bem-estar, tamanha sensação de meta atingida, tão logo coloquei meus pés para fora do carro comecei a vibrar, a rir sozinho.
Olhava em volta, me via naquela situação e ria mais ainda. Ria da minha própria euforia, ria do meu próprio estado-de-espírito que estava em algum lugar entre a alegria dos vencedores e a felicidade quase idiota dos apaixonados.
Sorri e vibrei como nunca. Aqueles dois beijos, mesmo que inseguros e tímidos como nós dois naquele momento, se tornaram uma espécie de divisor de águas na minha vida, me preparando para todas as coisas lindas, ímpares e até mesmo mágicas que viriam depois."

[...]


Nota do escritor: Por que diabos eu escrevo como uma bixa quando o tema é ela? Tipo foge total do meu estilo, não acha? Coisa maluca.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Coisa de Homem

Hoje eu iria cortar o cabelo.
Planejei o meu dia baseado nisso: Hoje eu vou cortar o meu cabelo.
Desmarquei saídas, adiei a confecção da minha carteira de identidade, por que?
Porque eu vou cortar o cabelo oras!

Mas antes do fato em si, um breve resumo do dia:

Pela manhã, fui à aula (coisa rara nesses últimos dois anos).
Uma aula chatíssima, nem abri a mochila, peguei o meu Dom Casmurro, fui para uma mesa isolada do resto do mundo e ali fiquei, lendo, lendo e lendo.
Não prestei atenção na aula, não copiei a matéria de português nem os exercícios de física, apenas li.
Para a minha felicidade, nós não tivemos o 5º período hoje, teríamos o poder de escolher entre ficar jogando truco no refeitório ou sair do colégio para ficar conversando com umas amigas.
Óbvio que eu optei pela 1ª opção, onde já se viu homem que é homem recusar jogar um truco gaudério para ficar conversando com amigas?
COM AS AMIGAS!
Não, isso definitivamente não é coisa que um homem de verdade faça...
Homem que é homem mal tem amigas!

Fui jogar o meu truco.
E o truco é um jogo forte, de provocações, blefes, xingamentos e coçações de saco. Coisa viril.
Um jogo de homem, o truco. Definitivamente um jogo de homem.

...

Cheguei em casa e fiz o que todo homem deve fazer: Almocei, vi o esporte e dormi.
Teria de acordar lá pelas 14, 14 e 30 para ir cortar o cabelo, mas não coloquei o celular para me despertar.
Ora, homem que é homem não precisa de celulares, despertadores, essas viadagens todas...
Homem que é homem acorda sozinho e na hora certa!

E assim o fiz.
Acordei, por algum milagre, às 14:30.
Fui até a sala, peguei dinheiro e estava saindo de casa quando a minha avó me chama:
- Ó, pega aqui esse dinheiro, vai no shopping, come um McDonalds, sei lá...
Tem coisa mais mulherzinha do que ir ao shopping comer McDonalds?
Tô até louco então né...
Só faltava ela dizer pra eu comprar um carne-queijo com uma coca-light acompanhando e um top sunddae de sobremesa...
- E Marcelo, pega um guarda-chuva que tá chovendo, tu tá gripado e não pode se molhar! - Continuou ela.
- Não precisa vó, essa chuva daí e nada é a mesma coisa...
Óbvio que eu não iria voltar para pegar um guarda-chuva né...
Coisa mais gay...
"Ai, tá pingandôô, cadê a minha sombrinha?"
Nunca!
Homem que é homem sai na chuva mesmo, sem essas baitolices...

E assim sai.

Fiquei na parada esperando o maldito ônibus que não chegava...
Acho que o motorista não era homem...
Devia ser mais uma dessas mulheres que se metem a dirigir carros por aí... (mulher dirigindo! vê se pode!)
Claro que não era homem o motorista, homem que é homem não se atrasa!
O pior de tudo é que o barbeiro onde eu corto o cabelo (barbeiro, lógico! tu já viu algum homem de verdade indo à cabeleireiros?) fica do outro lado da cidade e eu tinha compromissos para a tarde, não poderia esperar mais...

Peguei o 1º ônibus que apareceu mesmo, um que vai até o Iguatemi ali e tal.
De lá eu tentaria arrumar um jeito de cortar o meu bendito cabelo.

Chegando no shopping, fui ao banheiro.
A primeira coisa que eu faço quando chego no shopping é ir ao banheiro, sabe Deus o motivo.
Escolhi um mictório afastado dos demais, abri o zíper da calça, enfim.
No que eu estou ali urinando... peraí... urinando não... mijando mesmo, homem que é homem não 'urina', mija!
No que eu estou ali mijando, vem dois homens.
Um escolhe o mictório à direita do meu, o outro o da esquerda...
E isso é inadmissível!
Um desrespeito total às regras masculinas!
NUNCA se escolhe um mictório imediatamente ao lado do de outro homem, nunca!
Isso não é coisa de homem!
Achei aquilo bem estranho, afinal, todos os homens respeitam essa regra, "um mictório de distância", o básico!
Impressionante isso, impressionante!

...

Após o triste episódio no banheiro, percebi que estava tremendamente atrasado, não daria tempo de esperar outro ônibus para ir até o barbeiro de sempre. Teria de me arranjar ali pelo Iguatemi mesmo.
Eu tinha 20 reais né, tava tranqüilo, dinheiro não seria o problema pelo menos...

Contrariado, fui até um desses cabeleireiros aí.
"Corte Zero", se não me engano.
Passei a portinha de vidro, caminhei ao balcão, onde duas morenas lindíssimas atendiam as pessoas.
Cheguei até a da esquerda e perguntei, numa boa:
- Quanto está o corte?
Ela respondeu:
- 28 reais o normal e 32 reais com lavagem.
HÃ? o.o'
- Não moça, eu não quero fazer luzes, não quero fazer nenhum desses alisamentos malucos, nem essa tal de escova, nada! Só o corte mesmo.
- 28 reais o normal e 32 com lavagem. - Insistiu ela.
- Então tá, muito obrigado! - Disse rispidamente.

Saí puto da cara daquele lugar...
PELO AMOR DE DEUS!
Quem, em sã consciência, paga 28 reais para cortar o cabelo?
Eu me pergunto isso até agora...
Se não estivesse tão atrasado iria lá no velho Ílson, pagaria 6 reais e sairia feliz.
28 reais? Por um corte?
NUNCA!
Que mulher mais arrogante, prepotente...
28 reais, vê se pode uma coisa dessas...

Desisti né, desisti.
Cabeleireiros não são coisas para homem que é homem, definitivamente.
O cara vai com 20 reais, dinheiro de sobra para cortar o cabelo e ainda tem que escutar essas mulherzinhas com seus preços absurdos...
Pra cortar cabelo tem que ser no barbeiro mesmo, isso sim é coisa de homem que é homem!

...

Como acaba a história?
- Um número 1 só com pão, carne e queijo.
- Bebida?
- Uma coca-zero, por favor.
- Sorvete?
- Quanto que tá aquele TopSunddae mesmo?

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Ao vencedor, as batatas!

Ainda estou impressionado, admirado, encantado...
Ontem foi uma noite diferente, uma noite para rever os meus conceitos...

Imagine você que já era quase meia-noite, eu já estava me aprontando para ir dormir, teria de acordar cedo no outro dia e eu tinha prometido para mim mesmo que não mataria nenhuma aula nessa semana (Não matar nenhuma aula em uma semana? Cara, isso não acontece há anos...).
Deitei na cama, fiquei ali assistindo ao programa do Jô e tal, um desfile de lingeries interessantíssimo...

Bom, acontece que em um dos intervalos deu a chamada do InterCine de segunda, o InterCine Brasil.

Eu nunca gostei de ver esses filmes, sempre passa uns filmes brasileiros antigos, cheio de putarias feias, com musas que hoje já até mortas estão. Isso sem falar na qualidade deprimente dos filmes brasileiros né... Mal filmados, mal dirigidos, mal tudo!

Mas aquela chamada prendeu a minha atenção.
O filme era "Memórias Póstumas", baseado no livro do Machado de Assis e talecoisa...
Num primeiro momento, pensei comigo: Putz! Eu não tinha ler esse livro pra quinta? Droga!
Num segundo momento, pensei: Ah, deve ser mais uma porcaria escrita por outro brasileiro nojento, cheia de putarias, adultério e uma história ridícula... Essa maldita literatura brasileira é sempre assim mesmo! Não sei o que é pior: os filmes ou os livros brasileiros...

Quando me preparava para tecer outro raciocínio pejorativo ao nossa amada nação, fui interrompido por Reginaldo Farias, que fazia a introdução do filme, sendo ele um defunto, narrando o seu enterro.

Ali eu parei.

Já sabia da idéia mór de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", sabia que o próprio Brás, mesmo morto, narrava a sua história e tal, mas o jeito como as coisas me foram apresentadas oficialmente me encantaram demais. Cara, eu preciso ver esse filme até o fim!

Nisso eu já tinha saído da cama e estava sentado na minha cadeira aqui, acompanhando atenciosamente cada fala, cada diálogo.
Eu via as horas passando, via que não acordaria muito bem na manhã seguinte, mas foda-se, eu não conseguiria deixar de ver aquilo até o final.

Conforme o filme ia passando, eu ia falando pra mim mesmo: Perfeito!
Até a história da guria que era coxa.
Aquilo é perfeito velho! Acredito que alguns de vocês que estão lendo isso sabem que eu passo por uma situação parecida...

"Por que bonita se coxa?"
"Por que coxa se bonita?"

Enfim...

Acabou o filme, e com ele a minha visão sobre algumas coisas.
A literatura e o cinema nacional, que outrora eram vistos com desprezo e desdém, hoje já tem o meu respeito e minha admiração.

Me sinto um ignorante completo por não ter lido Machado de Assis antes.
Aliás, poucas coisas me fizeram sentir tão ignorante quanto ver esse filme...
Como diabos um brasileiro que está quase terminando o colégio nunca leu um livro sequer de Machado de Assis?
Santa ignorância!

Contudo, hoje começo a ler "Memórias Póstumas de Brás Cubas", se é real aquilo que dizem que o livro é sempre infinitamente melhor do que o filme, nasce hoje mais um fã de Machado de Assis.
Depois quero ler "Quincas Borba", "Dom Casmurro"...

Um salve à literatura brasileira! :D

P.S.: Óbvio que no fim eu realmente não fui à aula hoje :P :/